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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A falta que eu não faço.


Amanhã à noite faz uma semana que voltei prá casa e ainda não saí prá lugar nenhum. Parece que estou em retiro domiciliar com um horário de acordar, comer e dormir todo doido. Esquisito prá caramba!

Hoje fez um calor danado em BH e só agora à noite é que refrescou. O céu está meio cor-de-rosa, sabe, com aquela cor estranha que aparece no céu quando vai chover. Será que vai chover? Seria bom.

Estou meio devagar, desanimada, lerda. Hoje até achei que podia ser gripe, dengue, corpo doendo, coceiras. Será que é o remédio tibetano do Lama Rigdzin fazendo limpeza? Mas acho que é o calor mesmo. Acho que vou dormir na sala que é mais fresquinho.

Inez mandou algumas fotos, não todas, mas foi o suficiente para sentir saudades. O jeito é me mudar para Porto Alegre e ir ao templo sempre que me der vontade. Ou, melhor ainda, ser moradora do Khadro-Ling e trabalhar prá ficar lá.

Mas agora estou pensando em passar uns tempos no Odsal Ling com Lama Tsering. Ela é meio sargentona, brava e disciplina é o seu nome. Não dá mole mesmo! Mas, quem sabe, é disso que eu estou precisando. Além do mais, São Paulo é mais perto e se encher o saco tenho onde ficar na casa de uma amiga ou volto prá casa. Mas essa é a última hipótese dos meus planos.

O marido parece mais bem humorado hoje. Antes mal me dirigiu a palavra. Problema! Eu é que não vou deixar de fazer minhas coisas por conta de ninguém. Se tiver que perder, que perca.

Ah! Também esse lance de marido vai ver que nem é comigo. Paranóia minha! É pepino de trabalho e coisa de síndico do prédio. Fico louca prá ele largar esse cargo! Vizinho enche o saco mesmo, faz barulho e só sabe reclamar. E eu que me acostumei com o silêncio do Khadro Ling...

Tenho peninha da minha filha que disse que eu fiz muita falta prá ela. Mas também foi só ela. Acho que por ser mulher. Os homens da casa, nem aí!

Minha mãe mal telefonou. E, no fundo, no fundo, estou achando isso tudo muito bom. É sinal que não faço tanta falta assim e posso cair no mundo que tudo fica do mesmo jeito. Ótimo! Não sou tão importante! Já vai cortando meu ego!

Debaixo da mesa do meu computador tem um pernilongo de plantão que morde minhas pernas e pés. No calor então! Ai! Tchau!