-->

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Conselho de Sua Eminência Chagdud Tulku Rinpoche em resposta às perguntas dos alunos do falecido Chogyam Trungpa Rinpoche

Trungpa Rinpoche 1940 - 1987

Centro de Budismo Tibetano Chagdud Dawa Drolma - Belo Horizonte - Minas Gerais

Sua Eminência Chagdud Tulku Rinpoche deu o seguinte conselho, sobre o que fazer quando o professor de alguém morre, em resposta às perguntas dos alunos do falecido Chogyam Trungpa Rinpoche durante um treinamento de boddhisattva no Centro de Dharma "Rocky Mountain", no verão de 1989.
Após o paranirvana de Chagdud Rinpoche, enquanto revisava transcritos para um livro, Lama Shenpen Drolma descobriu este oportuno ensinamento e o transmitiu ao "Wind Horse".

"Quando o professor morre é como se fosse o pôr-do-sol. De onde estamos (da nossa perspectiva) parece que o sol desapareceu, mas, na realidade, o mundo apenas girou. De maneira similar, quando o carma muda entre um professor e um aluno, não podemos mais ver o professor mesmo que ele não tenha realmente ido a lugar algum.
Quando nossos professores estão aqui conosco, eles nos dão práticas e significado para que nós as utilizemos. Esta é a bênção do professor, este é o seu presente. Quando nós abordamos este presente com fé, esta fé se une com as bênçãos do professor e nós alcançamos a realização. Nossa fé sempre tem a capacidade de se unir de forma inseparável às bênçãos do lama, o que não desaparece quando o lama morre.
É como um gancho e um anel: o gancho da compaixão do lama está sempre lá se alguém pode se fazer de anel através da receptividade, esforço e fé.
O professor tem dois aspectos: o professor simbólico que vive conosco, nos ajuda e ensina e o professor absoluto que é a nossa própria natureza verdadeira. Agora isso parece para nós como se houvesse uma separação entre o professor e nós mesmos, mas, de fato, a natureza de sabedoria do professor simbólico e nossa própria natureza absoluta são inseparáveis. Através da fé e prática, essas fronteiras fictícias se dissolvem e a verdade da nossa natureza que não é outra senão a do lama desponta em nossa experiência.
Se formos receptivos, poderá haver uma grande lição com a morte do professor. Quando o Buda Shakyamuni passou para o nirvana, ele o fez com intenção de demonstrar a natureza da impermanência aos seus discípulos. Se nós compreendermos que nós também estamos sujeitos à impermanência, isto pode nos motivar a consumar nossa prática rapidamente.
O carma e o samaya dos alunos são interdependentes com a longa vida do professor e seu rápido regresso. É importante que os alunos não briguem nem discutam entre si. O que os mantém juntos são os objetivos em comum de preencher os desejos do professor e buscar a iluminação. O professor os segura, suas mentes infantis, como se fossem a sua própria e aspira que eles se ajudem a superar o sofrimento e atinjam os mesmo objetivos elevados.
Em qualquer grupo de pessoas sempre há dificuldades. Até mesmo se você colocar estátuas sagradas em um saco e tentar levá-las a algum lugar, elas tilintarão juntas. Apesar de tudo, é essencial reconhecer que conflito entre alunos é um obstáculo que torna impossível a realização dos desejos do professor. Discórdia perturba a prática e causa um efeito dominó, criando obstáculos à iluminação.
Para seguir um professor, a sangha deve ser uma mente. Isto é imperativo para realizar o desejo do professor de preservação e ampliação do dharma. Se os alunos podem conseguir isso, as bênçãos do professor irão permanecer desobstruídas; ambas – a prática e os desejos do professor – serão preenchidas beneficiando todos os seres.
Um pote de água limpa irá naturalmente refletir o sol e a lua, mas se o pote está preenchido com lodo, aquela reflexão é perdida mesmo que o sol e alua permaneçam onde eles estiverem. É crucial que os alunos pratiquem fortemente, respeitem uns aos outros e permaneçam próximos. Apesar das pequenas diferenças que venham a surgir entre os membros da sangha, eles devem se unir para trabalhar, para preencher as mais altas aspirações de seu professor. Deste modo, qualquer dificuldade será naturalmente resolvida.
Então os alunos precisam fazer o que o professor pediu. Não resolverá simplesmente orar repetidamente pelo seu regresso. Se cada comprometimento do aluno refletir o desejo do professor, ele não somente ajudará, mas voltará. Este comprometimento coletivo como um lago de águas limpas irá, naturalmente, criar as condições para refletir o sol de sua existência".

Sonhar acordado pode estimular o cérebro.

Ter, 12 Mai, 06h34
VANCOUVER, Canadá (AFP)
Ao contrário do que se acreditava, sonhar acordado estimularia o cérebro e permitiria ao mesmo resolver problemas complexos, segundo um novo estudo.
Este estudo, publicado na revista científica americana Proceedings of the National Academy of Sciences, mostra que uma mente sonhadora aumenta a atividade de várias regiões do cérebro.
O mais intrigante é que as partes do cérebro que permitem resolver problemas complexos apresentam uma atividade intensa quando uma pessoa pensa vagamente. Até hoje, no entanto, acreditava-se que elas ficavam em repouso, explicou à AFP a professora Kalina Christoff, especialista em cérebro e principal autora do estudo.
O trabalho, realizado com imagens obtidas por ressonância magnética (IRM), leva a crer também que "viajar" favorece mais a atividade do cérebro do que quando uma pessoa se concentra para executar uma tarefa rotineira, acrescentou Christoff, que é diretora do Laboratório de Ciências Neurológicas da Universidade da Columbia Britânica (UBC), no oeste canadense.
"As pessoas que sonham acordadas não são talvez tão concentradas quando executam uma tarefa, mas elas exigem mais recursos de seu cérebro", declarou.
O estudo, segundo ela, fará com que mais pessoas revejam seus conceitos. "Nós fomos criados com a ideia de que divagar não é uma boa coisa, quando é totalmente o contrário", acrescentou.
O ser humano gasta normalmente um terço de seu tempo com a mente vagando enquanto está acordado. "É uma grande parte de nossas vidas, mas isso foi amplamente ignorado pela Ciência".