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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Estabelecendo a motivação e desestagnando os ventos internos.

 
Manjushri

Estabeleça sua motivação para fazer a prática. Nos veículos Mahayana e Vajrayana, a intenção fundamental de quem pratica é a aspiração de superarmos a ignorância raiz que origina o sofrimento, seguindo pelo caminho do bodisatva até o estado búdico final para que assim possamos aliviar o sofrimento de todos os seres sencientes, liberando-os da existência samsárica. Na condição que ora nos encontramos, isso não nos é possível. Ao removermos os obscurecimentos que encobrem a verdadeira natureza de nossa mente, a capacidade de trazermos benefícios aos outros seres aumenta além de qualquer medida. Ao praticar agora, comece pela aspiração de que, não apenas você, mas todos os outros seres, venham a encontrar a liberação das dores do Samsara, de que todos venham a alcançar a realização última da deidade eleita e vivenciar diretamente a felicidade insuperável da consciência pura e compaixão radiante que nada mais é que a nossa própria natureza búdica.

Iniciamos a purificação do nosso corpo através da visualização das respirações. Ao inspirar, visualize-se diante de todos os budas e bodisatvas recebendo suas bênçãos. Inale profundamente e expire pela narina esquerda toda a negatividade causada pela raiva acumulada em incontáveis eras como uma fumaça de cor vermelha para bem mais distante do que cem mil oceanos. Novamente, inspire e exale pela narina esquerda toda a negatividade causada pelo desejo e apego como uma fumaça de cor cinza. Finalmente, inale e expire pelas duas narinas purificando-se de todo o mal causado pela ignorância-raiz como uma fumaça extremamente negra que sai do interior de todo o seu corpo. As fumaças são cortadas pela espada de sabedoria de Manjushri e queimadas pelo fogo da sabedoria última.




Visualize em sua testa uma luz branca e o mantra sagrado OM. Em sua garganta, visualize uma luz vermelha e o mantra AH e em seu coração, uma luz azul e o mantra sagrado HUNG. Inspire e exale falando os mantras OM AH HUNG por três vezes. Depois, descanse a mente por uns instantes antes de iniciar a prática.
OM AH HUNG

Os Sete Gestos de Vairokana

Sente-se de forma confortável na postura corporal dos sete gestos de Vairocana: com as pernas cuzadas, descanse as mãos sobre os joelhos, com as palmas voltadas para baixo liberando a tensão dos braços e dos ombros. Mantenha a coluna ereta, sem rigidez, levando os ombros para trás. Incline levemente o queixo para baixo. Os olhos ficam semicerrados, nada focalizando em particular, direcionados na linha que forma a continuação do nariz. A boca fica entreaberta, com o maxilar descontraído, esboçando discreto sorrido. A ponta da língua toca o palato atrás da linha dos dentes superiores. Não permita que haja qualquer ponto de tensão ou desconforto em seu corpo. Sente-se de forma absolutamente confortável, mas digna, bela e majestosa como a de um buda.

Livros em português de Pema Chodrön

  

"Há anos os livros de Pema Chödrön tem oferecido aos leitores um novo mode de viver: desenvolver a ausência de medo, a generosidade e a compaixão em todos os aspectos de suas vidas. Neste novo livro, ela convida os leitores a se aventurarem um pouco mais no caminho do 'guerreiro bodisatva', explicando em profundidade como podemos despertar a suavidade em nossos corações e desenvolver a confiança verdadeira em meio aos desafios da vida diária. Em 'Sem Tempo a Perder' Chödrön revela os ensinamentos tradicionais budistas que guiam a sua própria vida: O Caminho do Bodhisattva (Bodhicharyavatara), um texto escrito no século VIII pelo sábio Shantideva. Este magnífico trabalho budista é extremamente relevante para a nossa época ao descrever os passos que podemos dar ao cultivar a coragem, a solicitude e a alegria - as chaves para nos curar e ao nosso mundo atribulado. Chödrön nos oferece um comentário altamente prático e atraente sobre este texto essencial, explicando como os seus ensinamentos profundos podem ser aplicados em nossas vidas diárias. Repleto de histórias esclarecedoras e exercícios práticos, este guia diferente  e acessível nos mostra que o caminho do bodhisatva está aberto para cada um de nós. Pema Chödrön nos incita a embarcar neste caminho transformador agora ao escrever: 'Não há tempo a perder - mas não se preocupem, n´s conseguiremos.'"
Cópia do texto da orelha do livro "Sem Tempo a Perder".

Atenção: Eu não ganho nada financeiro ou monetário ao recomendar determinados livros. Faço isso de minha própria vontade porque eles me ajudaram e acredito que a leitura deles possa ajudar aos seguidores do meu blog. Tashi delek!
 
Pema Chödrön é uma monja budista americana na linhagem de Chögyam Trumgpa, o renomado mestre de meditação tibetana.
É professora residente na Abadia de Gampo, Cape Breton, Nova Escócia, o primeiro monastério budista na América do Norte estabelecido para ocidentais.

- O CANTO DAS QUATRO INCOMENSURÁVEIS -

Que todos os seres sensíveis gozem da felicidade e da raiz da felicidade.
Que estejamos libertos do sofrimento e da raiz do sofrimento.
Que não estejamos apartados da grande felicidade destituída de sofrimento.
Que vivamos na grande equanimidade, livres da paixão, da agressão e do preconceito.

Depende de nós. Podemos passar nossa vida cultivando nossos ressentimentos e anseios ou podemos explorar o caminho do guerreiro – alimentando o desenvolvimento da mente aberta e da coragem. A maioria vive reforçando seus hábitos negativos e, assim, planta as sementes do próprio sofrimento. As práticas do boddhicitta[1], no entanto, são maneiras de plantar as sementes do bem-estar. As práticas de aspiração das quatro qualidades ilimitadas – bondade amorosa, compaixão, júbilo e equanimidade – são especialmente poderosas.
Nessas práticas, começamos próximos de nossa casa: exprimimos o desejo que nós e nossos entes queridos gozemos de felicidade e estejamos livres do sofrimento. Então, gradualmente, ampliamos essa aspiração para incluir um círculo cada vez mais amplo de relacionamentos. Começamos onde estamos, onde sentimos as aspirações como genuínas. Iniciamos por reconhecer onde já sentimos amor, compaixão, júbilo e equanimidade. Localizamos nossa sensação atual dessas quatro qualidades sem fronteiras, por mais limitadas que elas possam estar: em nosso amor pela música, nossa empatia com crianças, na alegria que sentimos ao receber boas notícias ou na equanimidade que sentimos quando estamos entre bons amigos. Mesmo se pensarmos que o que já sentimos é muito pouco, ainda assim, devemos começar com o que temos e alimentar seu desenvolvimento. Não é necessário que seja grandioso.
Cultivar essas quatro qualidades nos garante proteção sobre a nossa experiência atual. Dá-nos compreensão sobre o estado da mente e do coração, no momento presente. Passamos a conhecer os sentimentos de amor, compaixão, júbilo e equanimidade, bem como seus opostos. Aprendemos como alguém se sente quando alguma dessas quatro qualidades está presa e como se sente quando ela está fluindo livremente. Nunca fingimos que sentimos algo que não estamos sentindo. A prática depende da inclusão da totalidade da nossa experiência. Ao nos tornarmos íntimos de como nos fechamos, e de como nos abrimos, despertamos nosso potencial ilimitado.
Apesar de começarmos essa prática desejando que nós mesmos e nossos entes queridos estejamos livres do sofrimento, podemos ter a sensação de estarmos falando algo "da boca para fora". Podemos sentir como falso até mesmo esse desejo compassivo referente aos que nos são mais próximos. Mas, desde que não nos estejamos enganando, esse desejo simulado tem o poder de despertar o boddhicitta1. Apesar de sabermos exatamente o que sentimos, fazemos as aspirações com o objetivo de ultrapassar o que, no momento, nos parece possível. Após praticar para nós mesmos e para os que nos são próximos, vamos mais longe: enviamos boa vontade às pessoas neutras de nossas vidas e, também, às pessoas de quem não gostamos.
Podemos sentir que estamos exagerando e sendo falsos ao dizer, "Que esta pessoa que está me deixando louco goze de felicidade e esteja livre do sofrimento". Provavelmente, o que estamos verdadeiramente sentindo é raiva. Essa prática é como um exercício que força o coração além de suas capacidades atuais. Podemos esperar encontrar resistência. Descobrimos que temos nossos limites: podemos ficar abertos para algumas pessoas, mas permanecemos fechados para outras. Vemos tanto nossa clareza quanto nossa confusão. Estamos aprendendo, em primeira mão, o que qualquer um que tenha trilhado esse caminho já aprendeu: somos todos um paradoxal aglomerado de rico potencial, que consiste tanto em neurose como em sabedoria.
A prática da aspiração é diferente de fazer afirmações. Afirmações são como dizer a você mesmo que você é compassivo e corajoso, para esconder o fato de que, secretamente, você se sente um perdedor. Ao praticar as quatro qualidades ilimitadas, não estamos tentando nos convencer de coisa alguma, nem estamos tentando esconder nossos verdadeiros sentimentos. Estamos expressando nossa vontade de abrir o coração e de nos aproximarmos de nossos medos. A prática da aspiração nos ajuda a fazer isso em relacionamentos cada vez mais difíceis.
Se reconhecermos o amor, a compaixão, o júbilo e a equanimidade que sentimos agora, e os alimentarmos por meio dessas práticas, a expansão dessas qualidades ocorrerá por si só. O despertar das quatro qualidades fornece o calor necessário para que uma força sem limites se manifeste. Elas possuem o poder de afrouxar hábitos inúteis e derreter a rigidez gelada das nossas fixações e defesas. Não estamos nos forçando a sermos bons. Quando vemos o quão frios e agressivos podemos ser, não estamos pedindo que nos arrependamos. Em lugar disso, essas práticas de aspiração desenvolvem nossa capacidade de permanecermos estáveis com nossa experiência, seja ela qual for. Dessa maneira, conseguimos saber a diferença entre uma mente aberta e uma mente fechada, gradualmente desenvolvendo a autoconsciência e a bondade de que necessitamos para podermos beneficiar os outros. Essas práticas desbloqueiam nosso amor e nossa compaixão, nossa alegria e nossa equanimidade, liberando seu ilimitado potencial de expansão.

de "Os Lugares Que Nos Assustam – Um guia para despertar nossa coragem em tempos difíceis" – Pema Chödrön – Editora Sextante – Capítulo 6 – página 51.



[1] Boddhicitta: o sentimento compassivo e determinado de promover somente o bem para todos os seres sem qualquer distinção.

 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Tempo de não-visitar

"Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.Ninguém avisava nada, o costume era chegar de pára-quedas mesmo. E os  donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se  apresentando, um por um.
Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia. 
Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... Casa singela e acolhedora. A nossa também era assim. Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo
benfazejo, surgia alguém lá da cozinha - geralmente uma das filhas - e dizia:
Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... Tudo sobre a mesa. Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... Era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... Até que sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:
Vamos marcar uma saída!...  ninguém quer entrar mais. Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.Casas trancadas. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da
 manteiga, dos biscoitos do leite... Que saudade do compadre e da comadre!"

José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa
Departamento de Letras, Artes e Cultura
Universidade Federal de São João del-Rei.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Altar principal do Templo de Budismo Tibetano Chagdud Dawa Drolma

 
Este templo fica no Condomínio Aldeia Cachoeira das Pedras em Casa Branca, município de Brumadinho, a cerca de 30 quilômetros de Belo Horizonte. Pode ser visto no Google Earth nas seguintes coordenadas 20°06'05.81S  44°02'06.96"O  elev. 940m.


Stupa com relíquias de Chagdud Tulku Rinpoche construída por Lama Chimed Rigdzin (na foto)

  
Lateral e fundo do templo. Descendo a escada da mata chega-se ao nosso Lago Ordjien!


Casa do Lama com Ani Zamba descansando.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O que significa "Vajrayana"?

 
OM AH HUNG BEN DZRA GU RU PE MA SI DDHI HUNG
Mantra de Guru Rinpoche, Padmasambava que levou o budismo ao Tibet.

O buddhismo tântrico ou Vajrayāna é a tradição buddhista predominante no Tibet, Nepal, Butão, Mongólia e norte da Índia. Suas práticas enfatizam o uso de visualização, recitação e meditação.
O buddhismo tibetano possuiu quatro escolas — Nyingma, Kagyü, Sakya e Gelug. O Vajrayāna também foi influente na China e no Japão através de duas escolas, a Mi-tsung/Shingon e a T'ien-t'ai/Tendai.
Em sânscrito, uma antiga língua indiana, Vajrayāna signfica Veículo Adamantino ou Indestrutível.
No Japão, o buddhismo esotérico é conhecido como Mikkyō ou Ensinamento Secreto.
Para maiores informações visite o site http://www.dharmanet.com.br/vajrayana/vajrayana.htm

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Muralhas


"Pela infalível lei da impermanência às muralhas: da intolerância, da ignorância, das diferenças sociais, dos conflitos étnicos, das guerras comerciais, da indigência política, da segregação racial, do abuso compulsivo às minorias, do abuso de poder, das injustiças que devastam o planeta, das obstruções obscenas à educação e à cultura, da falta de liberdade de expressão, dos abusos de menores, da violência às mulheres, da falta de cuidados médicos, da política como instrumento de enriquecimento, do desamparo aos idosos, das máscaras governamentais, das soberbas quantidades de dinheiro para armas que exterminam inocentes, dos racismos institucionais, da falta de valor pela vida humana, das bárbaras matanças dos animais, da destruição da fauna e da flora, das contaminações dos mares, rios e atmosfera! Devemos restituir a prática do bem para derrubar todas estas muralhas que impedem a evolução da espécie humana como seres livres num estado de direito pleno e democrático onde a justiça seja apreciada em todos os átomos de todas as coisas tal qual a própria ordem natural do universo."

Paz! Karma Tenzin.

Reincarnação (yangsi) de Chagdud Tulku Rinpoche!


Querida sangha! É com grande alegria que comunicamos que Jigme Tromge Rinpoche, durante as comemorações do Losar, anunciou o reconhecimento do tulku de Chagdud Rinpoche. Informamos que, até nova comunicação, passaremos a fazer a prece de longa vida escrita por Jigme Rinpoche, no lugar da prece de pronto renascimento.

Clique aqui
para baixar a prece em formato PDF e mais informações.

Prece para a longa vida do yangsi de Chagdud Tulku Rinpoche

TCHI ME KU NYE PE MA SAM BA UA

TSA SUM RAB DJAM TCHEN TSE NÜ PA YI

GAR DJI UANG TCHUG TCHOG GUI TRUL PE KU

KU TSE TEN TCHING DZE TRIN TAR TCHIN SHOG

Padmasambava, que alcançou o kaya da imortalidade: por meio do conhecimento, do amor e do poder da assembléia infinita das Três Raízes, que a emanação suprema do poderoso Senhor da Dança tenha uma vida estável e leve suas atividades iluminadas à perfeita consumação.

Na ocasião auspiciosa do Losar do ano do tigre de metal, Jigme Tromge Rinpoche fez pequenas modificações na prece de longa vida de Chagdud Rinpoche (1930-2002), escrita por S.S. Dilgo Khyentse, adaptando-a para o yangsi de Chagdud Rinpoche.

TAKING THE LEAP – PEMA CHÖDRÖN – Freeing ourselves from old habits and fears. Dando o Salto – Libertando-nos dos velhos hábitos e dos medos.

ALIMENTANDO O LOBO CERTO

Como seres humanos, temos o potencial de nos desemaranhar dos velhos hábitos e o potencial de amar e cuidar dos outros. Temos a capacidade de acordar e viver conscientemente, mas, como vocês já devem ter notado, também temos uma forte inclinação para ficarmos adormecidos. É como se estivéssemos numa encruzilhada continuamente escolhendo qual caminho tomar. De um momento para o outro podemos escolher ir para a claridade e a felicidade ou para a confusão e a dor.

A fim de fazer esta escolha habilidosamente, muitos de nós saímos em busca de vários tipos de práticas espirituais desejando que nossas vidas vão melhorar e encontrar a força para lidar com nossas dificuldades. Mesmo nessas horas parece crucial que tenhamos em mente o contexto mais sábio no qual fazemos escolhas de como viver: este é o contexto no qual está nosso querido planeta e a condição de pedra e rocha em que ele se encontra.

Para muitos, a prática espiritual representa uma forma de relaxar e de alcançar paz de espírito. Queremos ficar mais calmos, mais focados; e, com esta vida frenética e estressante, quem pode nos culpar? No entanto, temos a responsabilidade de pensar mais intensamente do que nesses tempos. Se a prática espiritual é relaxante, nos dá paz de espírito, isso é ótimo – mas será que esta satisfação pessoal está nos ajudando a nos dirigir ao que está acontecendo no mundo? A pergunta é: estamos vivendo de uma maneira que aumenta a agressão e o que nos faz auto centrados ou estamos contribuindo com uma sanidade mais do que necessária?

Muitos de nós nos sentimos muito preocupados com o que está acontecendo no mundo. Eu sei quão sinceramente as pessoas desejam que as coisas mudem e que os seres de todos os lugares fiquem livres do sofrimento. Mas, se formos honestos, temos alguma ideia de como colocar esta aspiração em prática quando acontece nas nossas próprias vidas? Temos alguma clareza de como nossas palavras e ações podem estar causando sofrimento? Estas sempre foram questões importantes, mas elas são muito mais nos dias de hoje. Esta é uma época em que nos desenredarmos tem muito mais a ver do que nossa própria felicidade.

Trabalhar em nós mesmos e nos tornarmos mais conscientes sobre nossas mentes e emoções pode ser a única maneira para encontrarmos soluções para o bem-estar de todos os seres e a sobrevivência da própria Terra.

Tem uma estória que foi muito divulgada alguns dias depois do 11de setembro de 2001 que ilustra bem o nosso dilema. Um avô nativo americano falava com seu neto sobre a violência e a crueldade no mundo e como elas surgiam. Ele contava que, dentro do seu coração, havia dois lobos lutando. Um lobo era vingativo e feroz e o outro era compreensivo e manso. O jovem perguntou ao avô qual lobo ganhou a luta dentro do coração dele. O avô respondeu, “Aquele que vencer será o que eu escolher alimentar.”

Assim, este é o nosso desafio, o desafio para a prática espiritual e o desafio para o mundo – como podemos treinar agora, não depois, como alimentar o lobo correto? Como podemos buscar a nossa inteligência inata para ver o que ajuda e o que fere, o que leva á agressão e o que oculta a nossa bondade de coração? Com a economia global caótica e o meio-ambiente do planeta em risco, com a guerra assolando e o sofrimento aumentando é hora de cada um de nós em nossas próprias vidas dar um salto e fazer qualquer coisa que pudermos para ajudar a mudar as coisas à nossa volta. Mesmo o menor gesto para alimentar o lobo certo ajudará. Agora, mais do que nunca, estamos nisso juntos.

Dar o salto é fazer um compromisso conosco e com a terra – fazer um compromisso de deixar para trás os rancores, não abandonar pessoas, situações e emoções que nos deixam desconfortáveis, não nos agarrarmos aos nossos medos, às nossas mentes fechadas, nossa dureza de coração, nossa hesitação. Agora é a hora de desenvolver confiança na nossa bondade básica e na bondade básica de nossos irmãos e irmãs desta Terra; hora de desenvolver a fé na nossa habilidade de abandonar nossas velhas maneiras de ficarmos parados e escolher sabiamente. Nós podemos fazer isso aqui e agora.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Taking the Leap: Freeing Ourselves from Old Habits and Fears (978-1-59030-634-5) - Taking the Leap

Taking the Leap: Freeing Ourselves from Old Habits and Fears (978-1-59030-634-5) - Taking the Leap

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Danças Sagradas Tibetanas após os retiros de Vajrakillaia


As danças do budismo tibetano expressam energias sagradas por meio da meditação e do movimento. Especificamente no período do Lösar, o ano novo tibetano, as danças são realizadas para evitar que qualquer escuridão, distúrbios ou energias negativas do ano que passou sejam levados para o ano seguinte. Realizadas com máscaras e roupas esplêndidas, elas celebram a aspiração de que a paz e a harmonia aumentem para todos os seres. O ano que se inicia a 14 de fevereiro é o de 2137, Ano do Tigre de Ferro ou Metal, de acordo com o calendário tibetano. Essa é uma cerimônia tradicional atraindo moradores de toda a região, adeptos e simpatizantes do budismo de todo o Brasil para juntos comemorarmos a entrada do novo ano.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Saber morrer, saber viver!

"Compreenderás que esta é a mais útil das ciências e que se adianta a todas as demais, pois com ela se aprende a morrer. Saber que morrerá, isto é comum a todos os homens; da mesma forma que não há homem que possa viver para sempre, tenha ele esperança ou confiança nisso, mas encontrarás bem poucos que tem essa habilidade de morrer... Eu te revelarei o mistério dessa doutrina; a qual muito te beneficiará para o início da saúde espiritual e para uma estável fundamentação de todas as virtudes."
Orologium Sapientiae

"Contra a sua vontade ele morreu porque não aprendeu a morrer. Aprende a morrer e aprenderás a viver, pois ninguém aprenderá a viver se não houver aprendido a morrer."
"A Viagem de Todas as Viagens: Ensina o Homem a Morrer", Livro da Arte de Morrer.

"Tudo que existe aqui, existe lá; o que existe lá, existe aqui. Aquele que estranha o aqui, encontra morte após morte. Isso só pode ser compreendido através da mente e, então, não haverá mais estranheza aqui. Aquele que estranha o aqui vai de morte em morte."
Katha-Upanishad, IV, 10-11 (Tradução inglesa de Swami Sharvananda.)