-->

sábado, 31 de julho de 2010

Buscando o Ponto Último

O Lama Padma Samten - Foto de Carlos Ebert no Flickriver

Avisei à Raquel que, descaradamente, ia "roubar" estes poemas inefáveis do Lama Samten para o meu blog! Com os devidos créditos, claro!

Lama Padma Samten
25 de junho de 2009 | CEBB Darmata

1. A Mandala Última
Abra os olhos devagar e veja
A realidade Vajra inteira diante de você
Respire devagar, sem esforço
Nada a ser sustentado,
Nada a ser criado ou visto,
Naturalmente presente
Apenas veja, suavemente.
Quando se perder,
É na realidade Vajra que estará
Não há dois lugares,
Apenas esse.
Sem esforço,
Mandala natural. Veja!
Corpo, energia, mente
Paisagem, Mandala, céu
Natureza Vajra tudo abarca
Sem esforço
Sem tempo
Não é necessário obter algo,
Nem fixar-se. Veja!
O deslocar-se causal
Por dentro da presença Vajra
Torna existente
O que é apenas Vajra
Contemple isso.
O deslocar-se causal
É o deslocar-se Vajra
Não há como perder-se
Ainda assim surge um mundo
Com significado causal;
Fixado a isso
Operamos a realidade Vajra
E não vemos seus atributos completos,
E perdemos a capacidade de ver Vajra.
Nem um, nem outro
Nem entre ou meio
Natureza Primordial – Guru Absoluto
Mãe do Samsara Vajra
Mãe do Nirvana Vajra
Nada a fazer…
Não perca o espetáculo!

2. Mandala do Lótus

Hum!
Intenção iluminada de Guru Rinpoche
Emanação da Intenção Iluminada de Kuntuzampo
Mãe da Terra Pura da Mandala do Lótus
Emaho!
Nem puro, nem impuro,
Mandala da compaixão
Pela intenção iluminada de Guru Rinpoche
Cada elemento da Roda da Vida
Visto como gerado dos 12 elos
Transforma-se, dá origem
A um elemento puro da Mandala da compaixão
Obstrutores se tornam
Protetores do Darma
Demônios em servos obedientes
Emaho!
Manter a visão
É reconhecer a Mandala Natural
Emanando Samsara e a Mandala do Lótus
Ver em cada manifestação 12 elos
Manifestação da Mandala
Cada ser do Samsara
Elemento indispensável
Componente integrante da Mandala
Constituinte concreto da Terra Pura
O natural encontro
Da Mandala Natural de Kuntuzampo,
Da Mandala do Lótus de Guru Rinpoche
Das infinitas paisagens e mundos dos 12 elos,
Todas vivas, dialogando entre si,
Indispensáveis simultaneamente,
Isso é a visão.
Meditação é manter isso
Em todas as aparências 12 elos
Recolectando e purificando Alayavijnana

3. Ação

Ação é o milagre
Do movimento condicionado
Dentro da Mandala do Lótus.
Seu segredo é sustentar a visão
Sempre ver 12 elos e a Mandala Natural
Sorrir
Converter cada elemento 12 elos,
Dar nascimento,
E acioná-lo causal e não-causalmente
Ambos,
Para benefício dos seres
É penetração de visão em todos os âmbitos de 12 elos
Essa penetração é a verdadeira compaixão
Ação Iluminada de Guru Rinpoche.
Veja os 12 elos com olhos de Mandala do Lótus,
Emaho!
O mundo faz sentido e se move perfeito!
As qualidades e a felicidade são possíveis.
Construa-se com seus papéis aí
Veja cada ser aí
Veja os 12 elos e a Mandala do Lótus com olhos da Mandala Absoluta Natural
Emaho!
O céu acima não tem marcas!
Nem Mandalas e nem 12 elos
Agora una esses três mundos:
Mandala Absoluta Natural, Mandala do Lótus, Roda dos 12 elos
Inseparáveis,
Intenção Iluminada de Kuntuzampo!
Sorria!
Mova-se sem pressa
Céu acima
Intenção Iluminada de Guru Rinpoche viva, pulsando
Roda dos 12 elos – jardim.
Emaho!
Ação vitoriosa, impossível detê-la!

4. Moralidade

Perfeição de ética e moralidade
É mover-se apenas na Mandala!
Não descuidem disso!
Veja!
Proteja isso como seus olhos
Proteja como a sua pele
Medite, construa, dê nascimento,
Sustente, viva dentro
Da Mandala!
Emaho!

5. O Observador Vajra

Abra os olhos devagar
Tudo ao redor manifesta significado
Produz impulsos
Cerre os olhos, lentamente.
Abra os olhos devagar
Natureza vajra viva, atuando
Cerre os olhos lentamente
A operação dos olhos
Produz a sensação de alguém atrás dos olhos
Produz a sensação do objeto diante dos olhos
Veja a natureza vajra do surgimento dos objetos
Os objetos são vajra, não estão nos próprios objetos.
Não têm localização e nem tempo.
Agora veja a natureza vajra do surgimento do observador.
Natureza primordial ganha forma
Surge magicamente e fica presa aos objetos construídos.

Three Tipes of Phenomena. Três tipos de fenômenos.


In Buddhism we speak of three types of phenomena: First, there are evident phenomena that are perceived directly.

Second, there are slightly hidden phenomena, which are not accessible to immediate perception. There are differences of opinion on this even within Buddhist philosophy. Generally speaking, we think this second type of phenomena can be known indirectly by inference. 

One example of something known by inference is that anything arising in dependence upon causes and conditions is itself subject to disintegration and momentary change. This momentary change is not immediately evident to your senses. You can look at something with your eyes, and it does not appear to be changing right now, but by inference you can know that it is momentarily changing. This is an example of the second category of phenomena.

Third, there are very concealed phenomena, which cannot be known by either of the two preceding methods. They can be known only by relying upon testimony of someone such as the Buddha.

from Consciousness at the Crossroads: Conversations with the Dalai Lama on Brain Science and Buddhism edited by Zara Houshmand, Robert B. Livingston, and B. Alan Wallace, published by Snow Lion Publications

No budismo, falamos de três tipos de fenômenos: primeiro, existem fenômenos evidentes que são percebidos diretamente.

Segundo, os fenômenos ligeiramente escondidos, que não são acessíveis à percepção imediata. Existem opiniões diferentes sobre isso, mesmo na filosofia budista. Geralmente, pensamos que este segundo tipo de fenômeno pode ser conhecido indiretamente por inferência, por conclusão.

Um exemplo de algo conhecido por conclusão é que nada que surja dependente de causas e condições é sujeito à desintegração e mudança momentânea. Vocês podem olhar para alguma coisa com seus próprios olhos e ela não parece que está mudando agora, mas, por inferência, conclusão, vocês sabem que ela esta mudando momentaneamente. Este é um exemplo da segunda categoria de fenômenos

Terceiro, existem fenômenos muito ocultos que não podem ser conhecidos por nenhum dos dois métodos anteriores. Eles só podem ser conhecidos ao depositar a confiança no testemunho de alguém tal qual o Buda.