-->

domingo, 24 de abril de 2011

Conselho para um Praticante Moribundo - Advice for a Dying Practitioner

"Relaxe a sua mente e deixe que as aparências deste mundo se vão, porque, de qualquer maneira, todas elas são ilusórias. Deixe a sua mente se unir com a mente de sabedoria de todos os budas, bodhisattvas e mestres. Descanse no estado de tranqüilidade e conforto que é a natureza da mente."

"Relax your mind and let go of the appearances of this world, because they’re all delusory anyway. Let your mind unite with the wisdom mind of all the buddhas, bodhisattvas and masters. Rest in the state of ease and comfort that is the nature of mind."

Sogyal Rinpoche

http://zamamerica.stores.yahoo.net/adfordypr2.html

http://www.zamstore.com/index.php?main_page=product_info&cPath=841_843_871&products_id=13231

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Caminho espiritual


O caminho espiritual é realmente simples. É simples porque não se trata de adquirir, acumular, ou alcançar alguma coisa. É tudo sobre desistir do que não precisamos. Trata-se de desistir do que não é útil em vez de adquirir as coisas com a idéia de ir a algum lugar ou conseguir alguma coisa. Esse é o velho jogo. Esse jogo que temos jogado por um longo tempo é como um círculo vicioso. Ele não tem fim.
Às vezes, a busca espiritual em si nos impede de ver a verdade que é sempre uma conosco. Temos que saber quando parar a busca. Há pessoas que morrem enquanto eles estão procurando a verdade mais elevada com as fórmulas filosóficas e técnicas esotéricos. Para eles, a prática espiritual se torna uma outra parcela egóica que simplesmente mantém e alimenta ilusões. Incrível! Buda, Deus, a verdade, o divino, o grande mistério, o que você tem procurado, está aqui agora.

The spiritual path is truly simple. It is simple because it is not about acquiring, accumulating, or achieving anything. It is all about giving up what we don't need. It's about giving up what isn't useful instead of acquiring things with the idea of going somewhere or achieving something. That was the old game. That game which we have been playing for a long time is like a vicious circle. It has no end.
Sometimes the spiritual search itself prevents us from seeing the truth that is always one with us. We have to know when to stop the search. There are people who die while they are searching for the highest truth with philosophical formulas and esoteric techniques. For them spiritual practice becomes another egoic plot which simply maintains and feeds delusions. Amazing! Buddha, God, truth, the divine, the great mystery, whatever you have been searching for, is here right now. (p.37)

--from No Self, No Problem by Anam Thubten, edited by Sharon Roe, published by Snow Lion Publications

quarta-feira, 13 de abril de 2011

OS QUATRO MÉTODOS DE ORIENTAÇÃO DOS BODISATVAS

 Eihen Dogen Daisho
Os quatro métodos de orientação dos bodisatvas são doação, fala bondosa, ação benéfica e cooperação.
1- Doação
Esta "doação" significa ausência de cupidez. Não ser cúpido significa não cobiçar. Não cobiçar é o mesmo que não bajular. Mesmo se você domina os quatro continentes, para educar e ensinar corretamente, você tem antes que deixar a cobiça de lado. Dando, por exemplo, seus pertences para pessoas desconhecidas, oferecendo flores de alguma montanha distante a um Buda, ou oferecendo os tesouros de sua vida passada aos seres vivos. Seja material, seja em forma de ensinamentos, cada dádiva tem seu valor e vale a pena ser dada. Mesmo se o presente a ser dado não lhe pertence, nada impede que você faça a doação. Não importa quão insignificante seja a coisa, desde que o esforço de dar seja genuíno. Quando você sai do caminho para o caminho você chega ao caminho. Chegando ao caminho, o caminho está sempre sendo deixado para o caminho. Quando se deixa bens serem bens, bens tornam-se dádivas. Você se dá para você mesmo, outro se dá a outro. O poder das relações causais de doar vai longe, atingindo devas, seres humanos e sábios iluminados. Quando a doação é feita, formam-se imediatamente tais relações causais. O Buda disse: "Quando um praticante da doação aproxima-se de um grupo, todos notam sua presença". Você deve saber que a mente de uma pessoa assim comunica de maneira sutil com as outras. Dê, portanto, nem que seja uma pequena frase ou um verso do ensinamento. Isso será boa semente, nesta e em outras vidas. Dê o que você tem de valor, nem que seja uma única moeda ou uma única folha de grama. Isso se tornará uma forte raiz de bondade, nesta e em outras vidas. O ensinamento também é um tesouro e bens materiais também são ensinamentos. Tudo depende do desejo e da intenção de quem dá. Houve um rei que deu sua barba como medicamento para curar seu criado e uma criança que, tendo oferecido areia ao Buda tornou-se rei numa vida futura. Eles não ansiavam por gratidão, apenas compartilhavam o que tinham. Preparar um barco ou construir uma ponte também é transcendente generosidade de dar. Quando se aprende a dar, aceitar um corpo ao nascer ou largar o corpo na hora da morte são ambos atos de doação. Todo trabalho produtivo é fundamentalmente uma dádiva. Deixar flores ao sabor do vento e os pássaros ao da estação também são doações meritórias. Quando o rei Ashoka alimentou centenas de monges com a metade de uma manga, ele deu também um exemplo de grande dádiva para aqueles que recebem. Não se trata apenas de fazer o esforço da doação, é preciso estar atento e tirar proveito de todas as oportunidades de dar. As doações passadas, as virtudes de dar inerentes a você, é o que o levam a ser o que é agora. O Buda disse: "Se deves praticar o dar a ti mesmo, muito mais podes dar aos teus pais, esposa e filhos". Assim, você deve saber que, até usando alguma coisa para você mesmo, você está doando; dar para pais, esposa e filhos também é dar. Mesmo quando você dá um grão de poeira, rejubile-se com seu ato, pois corretamente você transmite uma das virtudes dos Budas e passa a praticar um dos princípios de um bodisatva. Difícil é transformar a mente de um ser que sente. Você deve mudar sempre as mentes dos seres sencientes, desde a primeira partícula até o momento em que eles encontram o caminho. No início, é dando que se faz isso. Por isso, dar é o primeiro dos seis paramitas[1]. A mente é imensurável. As coisas dadas são imensuráveis. No entanto, há um momento em que a mente transforma as coisas e há doações nas quais as coisas transformam a mente.

2- Fala bondosa
"Fala bondosa" significa que, ao olhar para os seres vivos, é preciso despertar a mente de amor e bondade e pronunciar palavras de muito carinho. É o oposto do discurso duro e cruel. Socialmente, estamos acostumados a perguntar se alguém vai bem de saúde; no budismo, existe a expressão "cuida-te" e é uma maneira respeitosa de perguntar como vai uma pessoa. Fala bondosa é aquela dirigida aos seres vivos com o mesmo carinho com que se fala aos bebês. Devemos elogiar quem tem virtudes e ter piedade de quem não as tem. Uma vez iniciada a fala bondosa, pouco a pouco esta virtude aumentará. E assim, outras falas bondosas, inauditas e desconhecidas surgirão. Nesta vida de agora deveríamos, com prazer, falar bondosamente; então, de vida em vida, nunca regrediremos. A conquista dos inimigos e a harmonização dos dirigentes se baseiam na fala bondosa. Quem ouve uma fala bondosa será tocado profundamente e nunca se esquecerá dela. Você deve saber que a fala bondosa vem da mente bondosa e a mente bondosa da semente da boa vontade. Devemos saber que a fala bondosa não é apenas o elogio a quem merece. Ela tem o poder de mudar o destino das nações.

3- Ação benéfica
Ação benéfica é o emprego de habilidades para o benefício de todos os seres, em todos os níveis. Significa cuidar do futuro próximo e do futuro distante desses seres e auxilia-los habilidosamente. Até uma tartaruga exausta ou um pardal ferido merecem um auxílio, pelo qual nenhuma recompensa é esperada. Aqui, a ação benéfica é a única motivação. Os tolos pensam que, beneficiando outros, reduzem seus próprios benefícios. Estão enganados. A ação benéfica é um princípio único, beneficiando universalmente todos os envolvidos nela. Um grande chefe da antiguidade interrompeu seu banho três vezes e três vezes deixou a refeição pelo meio a fim de atender quem vinha lhe pedir auxílio. Sua única intenção era ajudar os outros. Ele não se importava nem mesmo em auxiliar os súditos de outros chefes. Da mesma forma, você deve auxiliar igualmente amigos e inimigos. Beneficiar igualmente a si e aos outros. Com este estado de espírito, até as ervas e as árvores, as águas e os ventos são incessantemente atingidos pela ação benéfica. Você deve esforçar-se de todo coração para socorrer o ignorante.

4- Cooperação
Cooperação significa não-diferenciação. É não-diferenciação de si e não-diferenciação de outros. Por exemplo, no mundo humano, o Buda tomou a forma de um ser humano. Daí sabermos que ele deve fazer o mesmo em outros planos. Quando conhecemos cooperação, o eu e os outros são apenas um. Música, canção e vinho integram os seres humanos, integram os seres celestiais e integram os seres espirituais. O ser humano integra a música, a canção e o vinho. A música, a canção e o vinho integram a música, a canção e o vinho. O ser humano integra o ser humano, o ser celestial integra o ser celestial, o ser espiritual – esta lógica existe. Compreender isso é compreender a cooperação. Ação cooperativa significa forma apropriada, dignidade, atitude correta. Assim, você leva à identidade com os outros após levar os outros à identidade consigo. No entanto, a relação e/outros varia infinitamente com as circunstâncias. Um filósofo chinês do século VII dizia: "O oceano não recusa água, por isso ele é imenso. Montanhas não recusam terra, por isso elas podem ser tão altas. O sábio chinês não recusa gente, por isso ele pode ter muitos seguidores". O fato de o oceano não recusar água é cooperação. Por outro lado, a água também não recusa o oceano. Esta é a razão pela qual a água se junta e vira oceano; pela qual a terra não se acumula e vira montanha. É claro, o oceano é o oceano por não recusar o oceano, por isso ele é imenso. Porque Montanhas não montanhas, há montanhas, e altas. Porque o chefe não recusa gente, sua gente forma uma comunidade. Um soberano não afasta o povo de si. Não afastar o povo não significa deixar de punir ou de recompensar. Embora um chefe de nação recompense e puna, ele não afasta o povo. Antigamente, quando as pessoas eram simples e honestas, não havia entre povos nem punição, nem recompensa. O conceito de punição e recompensa era diferente. Ainda hoje deve haver gente que procura o caminho sem esperar recompensa. Este conceito está além da capacidade de compreensão da pessoa ignorante. Como o dirigente esclarecido compreende isto, ele não se separa do povo. As pessoas sempre formam uma nação e buscam um chefe esclarecido, mas, não sabendo exatamente a razão pela qual o sábio dirigente é sábio, elas apenas se felicitam por não serem rejeitadas pelo iluminado chefe. Elas não sabem como rejeitá-lo. Não se dão conta de que são elas que suportam o sábio chefe. Sendo assim, como a lógica da cooperação se aplica tanto aos soberanos iluminados quanto à gente ignorante, cooperação é a tarefa do bodisatva. Gentilmente, pratica a cooperação com seja quem for que encontrares. Cada um desses quatro métodos de orientação inclui os quatro. Logo, há dezesseis métodos para guiar os seres vivos.

Eihen Dogen Daisho, que transmitiu o Dharma da China ao Japão, escreveu este ensinamento no quinto dia do quinto mês do quarto ano de Ninji (1243).

[1] Perfeições: Generosidade, disciplina, paciência, perseverança (ou diligência), concentração e sabedoria.

sábado, 9 de abril de 2011

O Uso de Um Mala Tibetano por Gyatrul Rinpoche.

"Gyatrul Rinpoche nasceu no Tibet oriental em 1925. Ele passou muitos anos em retiro com alguns dos  maiores lamas e foi totalmente qualificado como um professor do budismo vajraiana na tradição Nyingma. Treinado por adeptos renomados, passou muito tempo de sua vida no Tibet em retiro meditativo antes de fugir em 1959. Em 1976, foi apontado como o representante espiritual de Sua Santidade Dudjom Rinpoche nos Estados Unidos. Em 1978, fundou o Centro de Budismo Orgyen Dorje Den.
No livro The Generation Stage in Buddhist Tantra (A Geração do Estágio no Budismo Tântrico da Snow Lion) ele explica sobre o uso do mala na prática yoga da deidade. Este excerto pode ser encontrado no Snow Lion website. Aqui está um excerto do “A Geração do Estágio no Budismo Tântrico”.
Padmasambhava disse: “O melhor tipo de mala para se usar para intensificar o número de recitações é um mala feito de alguns tipos de jóias preciosas (tib. tin o tche). Um tipo de mala comum é feito de semente de uma árvore ou fruta e um tipo inferior de mala é feito de madeira, terra, pedra ou remédio.”
Um mala feito de conchas do mar, terra, madeira ou sementes ou frutas de árvores é para ser usado para realizar sadanas e ações pacíficas. Um mala feito de ouro queimará amplos e extensivos carmas. Um mala de coral vermelho é melhor para realizar sadanas poderosas. Um mala de aço ou de turquesa é bom para atividades iradas. Um mala feito de dzi ou outras pedras preciosas pode ser usado para queimar quaisquer atividades cármicas que se estiver fazendo. Um mala feito de pedras de damasco realizará atividades amplas e extensas. Um mala feito de “lot ton” (uma pequena semente redonda e negra dentro de uma fruta) realiza atividades poderosas. Um mala feito de contas de raksha cumpre práticas iradas. Um mala feito de semente de bodhi realiza todos os dharmas. Malas feitos de madeiras de árvores queimam carmas pacíficos. Um mala de sementes de amora queima carmas poderosos. Malas de mogno realizam práticas iradas. Malas feitos de marfim, especialmente de uma presa de elefante, irá realizar todas as atividades em questão. Contas de pedra são boas para a prática ampla e expansiva. Contas feitas de remédio (dutzi) são boas para a prática irada. Malas com diferentes tipos de jóias são boas para qualquer prática. No entanto, eu sugiro não tentar fazer um mala com um tanto de contas diferentes porque, a não ser que se saiba quais combinações são efetivas, pode-se causar um resultado não positivo.
A seguir, o texto menciona os diferentes tipos de benefícios que derivam do uso de diferentes tipos de malas. Um mala de ferro ou aço multiplica a virtude que é acumulada com cada recitação de uma maneira geral. Um mala de cobre multiplica cada recitação por quatro vezes. Um mala de raksha multiplica cada recitação por vinte milhões e um de pérola, por cem milhões. Um mala de prata multiplica por cem mil e um de rubi, por cem milhões. Um mala de sementes de bodhi manifesta benefícios ilimitados para qualquer forma de prática, seja ela pacífica, vasta, poderosa ou irada. Todos devem saber o significado do mala e a melhor maneira de amarrá-lo. Amarre seu mala com três, cinco ou nove fios, e nenhum outro número. Três fios simbolizam os três kayas, cinco fios simbolizam os cinco budas, e os nove fios simbolizam os nove veículos. A conta principal, a conta do guru, pode ser composta de três contas simbolizando os três estados vajra do ser, os três kayas. A conta menor do lado de fora deve ser azul, talvez de lápis lazuli. A cor azul simboliza a mente imutável da verdade última. A conta do meio deve ser vermelha para simbolizar a fala vajra e a conta interior deve ser branca para simbolizar o corpo vajra. Seu mala deve ser abençoado por um lama e você mesmo deve abençoar constantemente o seu mala imbuindo-o com a sua energia. Você deve energizar seu mala antes de contar as recitações nele a fim de produzir real benefício. Você deve limpar sua boca, sua mão e então o seu mala antes de usá-lo. Também pode perfumá-lo com óleo de sândalo. Em seguida, imagine você mesmo como a deidade, coloque o mala em sua mão esquerda e arrume as contas com a conta do guru colocada verticalmente no centro. Recite o mantra que transforma todos os dharmas na consciência pura da sua verdadeira natureza:

OM SWABAVA SHUDDO SARVA DHARMA SWABAVA SHUDDO HAM.

Este mantra limpa e transforma percepções impuras em consciência pura e vacuidade. Da vacuidade, a conta do guru aparece como a deidade central da mandala, e as outras contas aparecem como os membros do séquito. Esta parte da prática é a meditação sobre o samayasattva. Em seguida, chamar o jnanasattva. andalaConvide os seres de sabedoria primordial para se aproximarem, conectando-os de forma que eles se dissolvem no samayasattva, exatamente como se faria em uma sadana. Convide os seres de sabedoria para virem de suas terras puras no espaço à sua frente. Eles se dissolvem em sua mala e permanecem firmes lá. Assim, cada parte de sua mala é a mandala inteira. Isso inclui a divindade central, o séquito, os assentos de lótus, os ornamentos, implementos de mão, cores, etc. Abençoar seu mala desta forma multiplica cada sílaba do que quer que você recitar o mantra 100.000 vezes, além de causar bons resultados cármicos. Portanto, é extremamente importante para fazer isso. Seu mala representa não apenas a forma da deidade, mas a fala da deidade também. Por exemplo, se você recitar o mantra de cem sílabas, a conta do guru representa a sílaba OM e as outras esferas representam as sílabas restantes. Guru Padmasambhava disse, “Sempre que você recitar mantras pacíficos, use a ponta do seu polegar para contar a mala. Ao recitar mantras amplos, use o terceiro dedo. Use o dedo indicador e o polegar ao recitar mantras poderosos, e o dedo mindinho ao recitar mantras irados. Usar apenas a mão esquerda para contar mantras. A mão direita é usada, mas raramente, por exemplo, em algumas práticas irada. Alguns livros ensinam o uso das duas mãos, mas não use a mão direita somente.” Qualquer tipo de prática que se está fazendo, seja pacífica, irada, poderoso ou expansivo (amplo), esteja sempre consciente de que o polegar é um gancho vajra que atrela poderes espirituais, deidades e outras bênçãos. Também é fácil mover as contas com o polegar. O texto não fala, mas há alguns extensos ensinamentos explicando como mover as contas sobre os malas ao realizar certas práticas. Em algumas práticas iradas, usa-se as contas com as duas mãos e assim por diante. Os ensinamentos a seguir, que explicam como cuidar de seu mala quando você não estiver usando, veio direto da boca do Guru Padmasambhava. (Visitar o site). Se o seu mala tem sido repetidamente abençoado por grandes lamas, por seu próprio professor e por si mesmo como parte de sua prática de deidade, ele deve acompanhá-lo como sua sombra. Você mantém o samaya raiz vajra do mala por nunca deixá-lo sair do seu corpo."


* O grifo é meu.

Uma expressão da natureza luminosa e vazia de nossa mente.


"Já que não existe nada sobre o que meditar, não meditar em nada mesmo,
Já que não existe nada para ser perturbado, fique estável em obsequiosidade,
Olhe de maneira desapegada para o estado de não-meditação e não-perturbação.
Auto-consciência, auto-conhecer, auto-iluminar, brilha claramente:

Essa própria alvorada é chamada mente desperta. Se alguém olhou fundo o suficiente para a natureza da mente e é capaz de tornar-se como a base daquele estado, então se torna possível usar todas as percepções dos sentidos e toda a experiência da vida, para aumentar sua própria realização. Sem jamais perder de vista o vazio básico da mente, o que quer que aconteça é reconhecido como a exibição de seu aspecto luminoso. Esse é o caso durante nosso estado de vigília diário, durante sonhos e também após a morte durante o bardo. Torna-se especificamente importante reconhecer quando as visões do bardo aparecem. Se nos tornarmos acostumados a reconhecer o que quer que surja como uma expressão da natureza luminosa e vazia de nossa mente, então não seremos levados por nenhuma aparência, por mais impressionante ou aterrorizante que ela possa ser.
 
Consciência de todas as aparências como mente, sem apego,
Está desperta, embora ver e visto surjam.
Aparências não são equivocadas, o erro vem através do apego;
Conhecendo o pensamento de apego como mente, ele é auto-liberado.
 
O texto continua:
Não existe nenhuma aparência que não seja conhecida como originada da mente.
Qualquer aparência que surja é a própria mente, desobstruída.
Embora ela surja, como a água e as ondas do oceano,
Já que elas não são duas, isso é liberado na natureza da mente.
 
Nossa essência intrínseca é um estado da maior simplicidade, embora durante o processo de se revelar tenhamos de trabalhar com a complexidade e a confusão de nossas mentes, como elas são [estão] no presente. Pode parecer que ensinamentos como esse na verdade encorajem a não meditar ou fazer qualquer tipo de prática. Entretanto, as vidas dos grandes mestres dzogchen mostram que eles passaram muitos anos em retiro e fizeram esforços tremendos, antes que atingissem o estado espontâneo da consciência natural. Em adição, suas biografias revelam que tiveram uma fé e uma devoção extraordinárias a seus gurus e grande respeito por todos os estágios do caminho. Podem existir algumas poucas pessoas que, como resultado de práticas de vidas anteriores, possam penetrar direto na essência em um curto período de tempo, mas a grande maioria de nós precisa passar por um período mais longo de preparação. Para se basear no estado de não-meditação e não-perturbação [não-distração], precisamos praticar a meditação convencional primeiro, senão apenas permanecemos sob a influencia da perturbação/distração, quer estejamos conscientes disso ou não. Como diz o texto: Todos os seres são na realidade a essência desperta, Mas sem praticarem de fato eles não irão despertar. Mesmo que não possamos perceber aquela essência no presente, simplesmente sabendo a respeito dela e tendo fé nela fazem uma enorme diferença. Esses maravilhosos ensinamentos são como o sol num dia nublado: podemos ter completa confiança que o sol está sempre por trás das nuvens. A visão dzogchen pode impregnar subitamente todo caminho, qualquer que seja a prática na qual estejamos engajados e em qualquer estágio que tenhamos atingido. O texto conclui com este último conselho: Ver sua própria consciência de forma nua e direta, Essa Auto-liberação através da visão nua é muito profunda, Então comece a conhecer isso por si mesmo, sua própria auto-consciência!"

Do livro: Vazio Luminoso de Francesca Fremantle.

O Troll

Um troll, na gíria da internet, designa uma pessoa cujo comportamento tende sistematicamente a desestabilizar uma discussão, provocar e enfurecer as pessoas envolvidas nelas. O termo surgiu na Usenet, derivado da expressão trolling for suckers (lançando a isca para os trouxas), identificado e atribuído ao(s) causador(es) das sistemáticas flamewars e não os trolls, criaturas tidas como monstruosas no folclore escandinavo. O comportamento do troll pode ser encarado como um teste de ruptura da etiqueta, uma mais-valia das sociedades civilizadas. Perante as provocações insistentes, as vítimas podem (ou não) perder a conduta civilizada e envolver-se em agressões pessoais. Porém, independentemente da reação das vítimas da trollagem, o comportamento do troll continua sendo prejudicial ao fórum, pois o debate ou degenera em bate-boca ou prossegue sendo vandalizado pelo troll enquanto este tiver paciência ou interesse de atuar.
Há várias sistemáticas desenvolvidas por trolls para atuar num fórum de Internet, entre elas:Jogar a isca e sair correndo: consiste em postar uma mensagem de polêmica grande já esperando uma grande reação de cadeia e flame war. Porém o troll não se envolve mais na discussão, some após a mensagem original e se diverte com a repercussão. Uma forma mais branda é postar noticias polêmicas (às vezes mensagens não-verídicas) só para observar a reação da comunidade.
Induzir a baixar o nível: alguns trolls testam a paciência dos interlocutores, induzem e persuadem a pessoa a perder o bom senso na discussão e apelar para baixaria e xingamentos. Com isso, o troll "queima o filme", consegue que a pessoa se auto-difame na comunidade por ter descido a um nível tão baixo.
Repetição de falácias: outro método usado que induz ao cansaço, aqui o troll repete seu conjunto de falácias até que leve seu interlocutor à exaustão, alegando depois ter vencido a discussão após o abandono do oponente.
Desfile intelectual: um troll pode ter um bom nível intelectual, vocabulário sofisticado diante de outros discursantes, desfilar referências e contradizer os argumentos dos rivais por conhecimento e pesquisa, muitas vezes expondo-os ao ridículo e questionando sua formação educacional.

Insetos amam a vida. Insects love life.


Insetos gostam tanto de viver quanto nós. Um vidro de boca larga, um pedaço de papel cartão é só o que precisamos para colocá-los de volta na natureza. Seja pela vida!

Insects love life as we do. A wide-lipped jar and a piece of cardboard is all it takes to relocate them into nature. Stand for life!

A vida não dura muito. Life does not last much.


 
A vida não dura muito, a morte é duradoura.
Esforço é o dever de hoje, mesmo amanhã, a morte pode vir.
Pois está além de nossas forças, atrasar a morte e seu grande exército.

Life does not last much, death is lasting
Effort is today's duties, even tomorrow, death may come
Because it's beyond our forces to delay death and its grand army.
 
Adhuvam jivitam, dhuvam maranam
Ajjeva kiccamatappam, ko janna maranam suve
Na hi no samgarantena mahasenena maccuna

Nós somos o que pensamos. We are what we think.

Auguste Rodin - "Le Penseur"
Nós somos o que pensamos. Tudo o que somos surge dos nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o mundo. Fale ou aja com uma mente impura e problemas o seguirão como a roda segue o boi que guia o carro. Nós somos o que pensamos. Tudo o que somos surge dos nossos pensamentos. Com nossos pensamentos fazemos o mundo. Fale ou aja com uma mente pura e a Felicidade o seguirá como sua sombra, inabalável. Como pode uma mente perturbada compreender o caminho? Seu pior inimigo não pode feri-lo tanto quanto seus próprios pensamentos desarmados. Mas, uma vez planejado, ninguém pode ajudá-lo muito, nem mesmo seu pai ou sua mãe.

We are what we think. All that we are arises with our thoughts. With our thoughts we make the world. Speak or act with an impure mind and trouble will follow you as the wheel follows the ox that draws the cart. We are what we think. All that we are arises with our thoughts. With our thoughts we make the world. Speak or act with a pure mind and Happiness will follow you as your shadow, unshakable. How can a troubled mind understand the way? Your worst enemy cannot harm you as much as your own thoughts, unguarded. But once mastered, no one can help you as much, not even your father or your mother.