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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A respiração certa acalma a ansiedade e até alivia depressão. Inspirar e expirar coretamente é um antídoto contra o estresse

Sua cabeça está latejando. Sobram preocupações em casa, seu chefe e resolveu ter crises diárias no trabalho e aquele amor de conto-de-fadas acabou em drama mexicano. "Fiz uma massagem ótima", palpita um, tentando ajudar. "Só com terapia consigo ficar de pé", pitaca o outro. "Ginástica é a solução, deixo todos os meus problemas na esteira", intomete-se mais alguém. E, no meio de tanto zunzunzum, fica você ainda mais atordoada e sem saber como reagir. Pois não faça nada. Sim, você entendeu certo. Pare quieta e apenas respire: aí está o remédio contra a maioria dos desconfortos emocionais. "Aprendendo a controlar a respiração, damos fim em todas perturbações da mente e dos sentidos", afirma o médico David Frowley, autor de Uma visão Ayurvédica da Mente, a cura da consciência (Editora Pensamento, R$ 29).

Considerado o maior especialista ocidental em terapia ayurvédica, ele acaba de vir à América do Sul pela primeira vez e escolheu o Brasil, onde deu uma palestra, para dividir os ensinamentos sobre o sistema de cura tradicional da Índia. "Nossa energia vem, basicamente, da respiração (...) Se o cérebro não recebe a quantidade certa de oxigênio, não temos a energia vital suficiente para nos desenvolver e mudar". A seguir, Dr. David Frawley ensina como mudanças sutis na inalação e na respiração podem contribuir no alcance e na manutenção de um estado psicológico marcado pelo bem-estar. Sopre a ansiedade para longe
A receita é imbatível contra tremores pelo que ainda nem aconteceu, além de bastante eficaz no combate à insônia. Separe uns dez minutos do seu dia, não importa o horário - pode ser, inclusive, no pico de uma situação superestressante. Comece só prestando atenção no ritmo em que o ar entra e sai dos pulmões. Aos poucos, vá controlando este intervalo, até que ele se torne bem espaçado: tente contar até dez enquanto puxa e, depois, quando solta a respiração. Fazendo inalações mais prolongadas, você fortalece todo o seu corpo e acalma a mente. Com isso, as preocupações, por mais terríveis que sejam, acabam amenizadas, já que a energia passa a circular melhor por todo o organismo. Respirações fortes e intensas
Contornar os sintomas depressivos com a respiração é muito simples. A falta de disposição desaparece, caso você consiga manter um ritmo mais intenso enquanto realiza as inalações e as exalações. A idéia é não apenas respirar com grande velocidade, mas com bastante vigor, puxando e soltando a máxima quantidade de ar possível a cada tentativa. Mantenha o pique por dois minutos e descanse. Repita mais duas vezes. Não se assute caso venha a sentir tonturas, a sensação é normal - e devida ao excesso de oxigênio que, de repente, passa a percorrer o organismo. Não é lógico viver assim. Até para quem não consegue dar um passo à frente sem medir todos os prós e contras dessa atitude existe uma respiração ideal. As pessoas que têm o lado racional extremamente desenvolvido (e sofrem maquinando sobre tudo o que acontece ao redor) devem estimular a respiração com a narina esquerda, conectada com o a região do cérebro ligada às emoções. Funciona assim: com um dos dedos, tape a narina direita e faça 30 respirações (inalação, seguida de exalação) somente com a narina esquerda. O exercício será seguido de uma sensação de refrescância e calma. Emoção demais, não há quem agüente. Aqui, vale o contrário do treino acima. Se você derrama lágrimas até pela grama cortada e se descabela por qualquer bobagem, a dica é estimular um pouco mais o seu lado racional, favorecendo um estado de equilíbrio entre ele e suas desenvolvidíssimas emoções. Com um dos dedos, tape a narina esquerda e faça 30 respirações (inalação seguida de exalação) apenas com a narina direita.o efeito aquecedor desta prática irá ajudar na busca por análises mais racionais das situações impostas pelo dia-a-dia.
Minha Vida

O que antecipa uma viagem.


Sempre viajei acompanhada ou dos pais e irmãos quando jovem ou do marido e filhos quando casada. Agora, só eu budista, viajo sozinha para o Khadro Ling, Rio Grande do Sul. Estou descendo dia sete de janeiro e voltando dia onze se tudo correr bem. Posso morrer no caminho, o vôo pode atrasar, qualquer coisa pode acontecer. Não é pessimismo. É fato. É bom estar preparada para qualquer coisa e não ter expectativa de nada. Ninguém vai fazer festinha prá mim nem tem comitê de recepção. É tudo por minha conta. Isso me traz uma ansiedade, um aperto no peito, um medo mesmo. Já fui uma vez, correu tudo bem e não era para estar me sentindo assim. Mas estou. Mala pronta, pouca coisa, o necessário e muita praticidade. Farmacinha não pode faltar. Já estou levando. Da outra vez, fiquei um mês lá e passei mal. Desta vez são só cinco dias. Isso me tranquiliza. No entanto, penso, eu estou indo porque quero. Ninguém me obrigou. E se eu pensar que posso desistir, me faz ficar frustrada. Adoro aquele lugar. Tão sossegado, tranquilo, silencioso. Até a comida é gostosa e dessa vez vou ficar na Casa de Amitabha, num quarto e não no dormitório. Enfim, um pouquinho mais de conforto que já não sou mais uma adolescente prá acampar nem uma mulher jovem que não se importa com multidão. Acho que multidão vai ter de qualquer jeito porque o ensinamento é novo e importante para os budistas e, pelo que vejo, tá indo todo mundo! Finalmente, quem está na chuva é prá se molhar. Literalmente! Não pára de chover em todo o país. Então vamos em frente que atrás vem gente. E relaxar, deixar tudo acontecer que não tenho poder sobre nada.